A selvagem Araruna é uma terra de muitas riquezas, disputadas pelos corsários de Aurin e Windlan. As inúmeras tribos indígenas da região formam um complexo jogo de alianças e conflitos. Enquanto algumas servem aos colonizadores, outras usam de violência brutal para defender seus territórios ou invadir outros.
A maior parte da costa é preenchida pela Mata do Caranguejo, uma exótica selva costeira que abriga muitos portos, entre eles Porto Negro, o principal entreposto de Aurin na região.
A parte ocidental de Araruna é ainda pouco explorada, mas parte dela é ocupada pela Floresta dos Dezesseis Rios, uma área de vegetação úmida e tropical cortada por águas escuras.
Em uma parte isolada do litoral norte fica o Reino Turquesa, um lugar de dunas brancas e enseadas cristalinas, lar de uma grande população de elfos do mar.
(Clique no nome da região para ouvir a trilha sonora correspondente)
A Mata do Caranguejo se inicia nos extensos manguezais e restingas do litoral e segue por uma floresta fechada de palmeiras e bromélias, chegando até os pés de serras cobertas de neblina. De clima tropical e úmido, ela possui um terreno irregular, entrecortado pela água cristalina das cachoeiras que descem das elevações até se juntarem ao mar no aguaçal salobro do mangue. É na lama escura desses locais que vivem as várias espécies de caranguejo que deram à mata seu nome, algumas delas transformadas pelo poder da Mãe d’Água. Além dos crustáceos, é possível encontrar toda sorte de criatura selvagem na vegetação exuberante. Onças pintadas, serpentes venenosas e manadas de porcos selvagens são apenas alguns dos perigos que ameaçam exploradores. Guerreiros anfíbios e monstros vegetais se escondem na selva densa, enquanto bandos de diabos do mar aterrorizam as áreas costeiras. Encontrar sustento na selva não é tarefa fácil, e muitos viajantes inexperientes já sucumbiram de fome nos labirintos de galhos e raízes suspensas.
Os grupos que desbravam a selva contam com a ajuda dos vários grupos indígenas da Mata para superar esses obstáculos, mas é preciso cautela ao lidar com eles. Muitas tribos desconfiam dos colonizadores por tentativas de escravidão e disputas de terras, enquanto outras são conhecidas por vender barato sua lealdade. Algumas delas são formadas por canibais, que devoram seus prisioneiros em rituais complexos. Os nativos mais pacíficos auxiliam a capital da colônia aurinesa, Porto Negro, defendendo suas fronteiras ou ajudando a manter os estoques de provisões. O Império do Leão controla a maioria dos portos e povoados costeiros da região, habitadas pelo povo mestiço conhecido como Caiçara. Porém, nos locais de acesso mais difícil se escondem portos piratas e quilombos, refúgios de escravos negros pertencentes a um mesmo grupo étnico.
Intermináveis caminhos de águas coloridas ainda pouco tocadas pelos colonizadores formam a Floresta dos Dezesseis Rios. Essa bacia fluvial retira seu nome dos maiores e principais cursos de água, mas possui na verdade infindáveis afluentes que deles derivam. Tingidos de azul, vermelho, marrom e negro pela travessia da Mãe d’Água, os Dezesseis Rios serpenteiam por uma imensa floresta tropical, que em algumas épocas do ano fica quase totalmente inundada. Os Auás são os indígenas nativos, um povo esquivo que vive nas profundezas da selva e evita fazer contato com outros humanos. Seus batedores podem ser vistos às vezes nas margens, cobertos por vestes de palha e usando máscaras de animais. Outros humanoides nativos também habitam a Floresta, em especial os Keches, selvagens símios que costumam atacar viajantes. As águas por sua vez abrigam uma profusão de seres, como as sereias Icamiabas, a Tribo da Lagoa Negra, formada por diabos do mar adaptados à água doce, e os graciosos e enigmáticos Botos. Tentando prosperar nesse ambiente, as poucas vilas de colonos se erguem desajeitadas sobre palafitas em meio à paisagem, transportando as especiarias que coletam na mata em velozes barcos à vapor que deslizam pela torrente de águas coloridas.
Também chamado Reino das Águas Claras, esse lugar ao norte da Mata dos Caranguejos é composto por ilhas rochosas, falésias e dunas brancas de um deserto intercalado por lagoas formadas pela água da chuva, com o mesmo tom azul-esverdeado do mar que banha o litoral. Bandos nômades de várias etnias vagam com seus rebanhos de cabras de um lado a outro, guiados pelas estações. Alheios a eles, os elfos do mar da Corte Escamada nadam entre golfinhos, tartarugas e arraias abaixo das ondas, explorando com curiosidade as ruínas nheengaíbas e os inúmeros naufrágios da região. Seus salões ficam nas ilhas mais afastadas da costa, e apesar de parecerem simples cavernas a um observador mais desatento, guardam infinitas maravilhas em seu interior. Não são poucas as histórias sobre tesouros mágicos e monstros marinhos contadas pelos nômades em suas cabanas de palha sazonais. Algumas delas no entanto não se referem aos elfos aquáticos, mas sim aos Dragões de Bronze que descansam nos penhascos à beira-mar. Grandes e pacíficos como baleias, eles escavam seus ninhos nos paredões de rocha macia e possuem um apetite particular pelas grandes lagostas que se escondem nos coloridos recifes de coral.