As inúmeras ilhas de Bedwang atraem marinheiros de lugares diversos por suas rotas mercantes através dos Mares do Sul,  que abarrotam os navios de especiarias mágicas. O fluxo constante de embarcações durante os meses em que as chuvas de monções não castigam o arquipélago e a quantidade de potenciais esconderijos em suas ilhas mais selvagens tornaram Bedwang um lugar naturalmente prolífico para piratas. A armada de Iblis é uma presença comum, tendo uma rede de portos na região do Reino da Serpente. As Ilhas Haligi são território de contrabandistas vindos das Ilhas Akitsushima e do Império Ming, e nas Ilhas de Angker bandos de bucaneiros aurineses se juntaram a partir dos restos de motins e expedições arruinadas. Mas nem todos os piratas de Bedwang têm a sua origem em águas estrangeiras. Aqueles conhecidos pela alcunha geral de Piratas das Ilhas do Sul são uma força desorganizada mas crescente de tripulações formadas principalmente por nativos das ilhas, buscando defender seus próprios interesses das frotas estrangeiras.

Agindo de forma solitária ou formando pequenas esquadras independentes, cada tripulação das Ilhas do Sul é única. Suas embarcações costumam ser pequenas para navegar com facilidade entre as ilhas do arquipélago, mas possuem aparências bem variadas. Existem juncos com velas coloridas, jangadas simples de velas quadradas e também embarcações mais imponentes, com figuras monstruosas de lendas locais em suas figuras de proa. O Dasamuka, considerado por muitos marinheiros como um dos mais terríveis navios dos Mares do Sul, possui velas mágicas onde sombras se movem como em um teatro wayang, e que segundo testemunhas saem para atacar embarcações inimigas ao serem iluminadas pela luz de seus faróis.

As habilidades dos Piratas das Ilhas do Sul também são variadas, mas é comum encontrar espadachins descalços ou lutadores com grossos cordames ou anéis de ferro nos punhos, seguidores dos vários estilos de combate marcial que existem em Bedwang. Algumas das embarcações também são auxiliadas por feiticeiros e xamãs, que ajudam suas tripulações a vencer a natureza perigosa das ilhas. Os navios com maior suporte mágico conseguem até mesmo domar as poderosas tempestades de monções, dando para suas tripulações uma vantagem tática inestimável.

Entre muitas comunidades de Bedwang, os Piratas das Ilhas do Sul são uma forma de se proteger contra colonizadores, atacando navios estrangeiros, libertando escravos e dividindo o butim conquistado com as aldeias e vilas costeiras. Outras tripulações porém possuem objetivos menos nobres, realizando ataques sangrentos contra seus conterrâneos da mesma forma que contra os estrangeiros, podendo até mesmo chegar a trabalhar como mercenários aos colonos. Esses piratas mais violentos fazem seus covis em pequenas ilhas rochosas e isoladas, protegidas por vulcões, matas carnívoras, monstros marinhos e outras defesas, e alguns desses esconderijos assumem um status lendário de acordo com a infâmia de seus moradores.

Embora existam múltiplas alianças e rivalidades entre os Piratas das Ilhas do Sul, existe quem acredita que seja possível unificá-los em uma única frota. Os Punakawan, a maior esquadra pirata de Bedwang, foi formada por artistas de uma companhia itinerante, e possui um número considerável de pequenas embarcações acompanhando seus quatro grandes e enfeitados navios-junco. Seus membros mascarados são acrobatas, bufões e professores assim como assassinos, lutadores marciais e detentores de tradições secretas. Já a tripulação independente do Rangda esteve por trás da tomada de Kamardikan, e com a ajuda da Esquadra Seláquia realizou alguns ataques de sucesso contra a Ilha Kolo, um dos principais portos de Iblis.

As histórias sobre esses piratas enchem de esperança aqueles que sonham com liberdade das mãos dos que tentam se apoderar de Bedwang, e essas aspirações cresceram mais ainda com os rumores de que há um navio pirata no arquipélago comandado pelo príncipe sobrevivente de um dos reinos dos Mares do Sul que caíram diante das invasões estrangeiras, e que pode ser a peça final para um levante marítimo que unifique os diferentes povos que habitam Bedwang e restaure a glória perdida de suas ilhas.