Rodeada por glaciares colossais, Port Jane Guy surge como um quadro melancólico na paisagem cinzenta do extremo sul. Construída ao longo de uma baía rochosa na Costa dos Albatrozes, a colônia de Windlan em Tekeli é um amontoado caótico de casas de madeira, algumas construídas com partes de navios. Pequenas escunas são as embarcações mais comuns no litoral, navegando com habilidade entre os grandes icebergs que flutuam nas águas turbulentas do Fim do Mundo.

Batizada com o nome do primeiro navio windlês a desbravar seus arredores, ela ocupa um ponto estratégico na rota marítima que leva do extremo ocidente em Gaspari ao extremo oriente em Balthazir, evitando as disputadas águas meridionais.

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Dolltown

A localização isolada e o frio rigoroso tornam Port Jane Guy uma cidade de recursos escassos. A população em grande parte depende dos navios para obter seus bens de consumo, e por isso um bom aproveitamento é essencial, fazendo com que brechós e armazéns sejam uma presença comum nas ruas bucólicas e cobertas de neve. Em meio às oficinas e antiquários de Dolltown, o som das engrenagens denuncia a localização do Clockheart, uma misteriosa fábrica de autômatos que nunca para de funcionar, enviando seus empregados para recolher qualquer velharia que ninguém mais precise. Embora a maior parte da produção seja destinada para fins militares, enviando caixotes com soldados de metal de diversos tamanhos para a capital e outras colônias, a fábrica também constrói autômatos domésticos, que são vendidos por um alto preço para famílias windlesas abastadas. Após o recente Despertar, quando muitos clockworks passaram a manifestar consciência e sentimentos, a fábrica começou a ser investigada como uma das possíveis responsáveis pelo evento, devido aos rumores de que o fenômeno poderia estar relacionado a supostos experimentos com eletricidade no lugar.

Docas da Luz Derradeira

Uma neblina gélida e branca esvoaça pela estrutura irregular das docas, onde famintos albatrozes e leões marinhos seguem de perto o fluxo de navios baleeiros e traineiras. Marinheiros de aparência atarracada e ranzinza frequentam uma série de pequenos estabelecimentos, entre eles pequenos pubs decorados com ossos de cachalote. O gracioso casarão da Real Sociedade Postal também se destaca, administrando com um louvável senso do dever as encomendas e cartas enviadas à mais distante de todas as colônias. Os postes de ferro enegrecido que iluminam os ancoradouros de pedra são alimentados por óleo de baleia, o combustível mais abundante na região, trazido das estações de pesca no pequeno arquipélago mais ao sul. O fantasmagórico Farol no Fim do Mundo se ergue na maior e mais distante dessas ilhas, orientando os navegantes na cerração. Defendido por um pequeno destacamento dos Dragões de Rubi, o lugar é cercado de histórias sobre assombrações, que nas noites mais frias fazem as luzes do isolado farol se comportar de maneiras estranhas e assustadoras.

Sociedade Esmeralda

Este grande museu e centro de pesquisa é administrado pelo Doutor Malachias Whiteroad, um respeitado naturalista conhecido por estudar até  mesmo os aspectos mais insólitos de Keleb através de uma ótica racional. O edifício possui numerosas bibliotecas, salas de projeção e de estudo, além de corredores com grandes aquários exibindo animais, plantas ou achados arqueológicos em Tekeli. As antigas civilizações do continente gelado ao sul são o principal interesse do instituto, que compartilha suas descobertas com a Vigília dos Sonhos em Chakana e o Instituto Wolfsbane. Alguns dos objetos expostos na Sociedade despertam mais do que curiosidade científica, causando um efeito perturbador naqueles que tentam adivinhar suas funções na avançada civilização que habitou a Fronteira do Mundo quando a humanidade ainda dava seus primeiros passos. Whiteroad ignora esses receios, uma vez que eles estão sempre relacionados com os aspectos místicos ou religiosos dos ‘antigos’. Ocasionalmente, a Sociedade Esmeralda organiza expedições à Fronteira para recolher novas amostras, contratando equipes de especialistas e movimentando a oferta de exploradores na cidade.

Forte das Procelas

Edificada sobre um grande afloramento de calcário na Costa dos Albatrozes, esta sólida fortaleza já se encontrava abandonada quando os primeiros navios de Windlan chegaram a Tekeli.  Construído por Conquistadores dos Mares do Sul dois séculos antes da colonização windlesa, o Forte é hoje utilizado como base de operações pelos Dragões de Rubi, que lhe acrescentaram um ancoradouro e um viveiro de wyverns. Com uma posição estratégica na baía que dá acesso à colônia, ele é defendido por canhões de grande calibre, enfileirados nas muralhas ainda robustas, mesmo após séculos castigadas pelas ondas. Embora toda a área principal do Forte das Procelas esteja ocupada pela marinha, existem muitas passagens e calabouços inexplorados nos túneis escavados na rocha macia e amarelada. O barulho ensurdecedor do mar ecoa nesses corredores esquecidos, onde se acredita existirem baús recheados de ouro da extinta Monarquia de Aurin ou do Povo do Sol. Documentos recuperados nos Mares do Sul, porém, revelam pistas de algo mais sinistro nas profundezas do Forte, que teria sido o motivo de sua construção e posterior decadência.